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foto e imagem de Miro Ribeiro - R7
AMIGO ELEITOR DE GROSSOS RN. - SÓ ESTOU QUERENDO MOSTRAR O QUE É PURA VERDADE
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foto e imagem de flogao.com.br
Cachoeira dos Prazeres. Jiquiriçá - Ba.
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foto e imagem de timraimundo.blogspot.com
Vai chover cachoeira de corrupção no Planalto.
charge publicado em blogdoonyx.wordpress.com
Carlinhos cachoeira de lama
O
caso Demóstenes Torres (sem partido-GO) baixou o astral tanto não
apenas no Senado, mas também na Câmara dos Deputados. Depois de bancar o
paladino da ética e ter sido o relator do projeto da Ficha Limpa nas
eleições, Demóstenes jogou tudo por terra com as graves denúncias de
corrupção que o atingem. O medo dos demais parlamentares é que, mais uma
vez, a imagem do Parlamento seja duramente atingida. Se já era
rasteira, vai afundar ainda mais na lama da Cachoeira de Carlinhos.
1 comentários:
Marisa Cruz5 de abril de 2012 08:10
CARO EDUARDO
A LAMA DO CACHOEIRA VIRANDO AREIA MOVEDIÇA PARA QUEM ENTROU NAS ÁGUAS TURVAS DOS GRAMPOS DA PF!!!
Marisa Cruz
A LAMA DO CACHOEIRA VIRANDO AREIA MOVEDIÇA PARA QUEM ENTROU NAS ÁGUAS TURVAS DOS GRAMPOS DA PF!!!
Marisa Cruz
sábado, 23 de julho de 2011
A corrupção e seus atores
Por Newton Bignotto*
Em
pesquisa realizada pelo CRIP (Centro de Referência do Interesse
público) nos últimos anos nos deparamos com um dado preocupante. Quase a
totalidade – cerca de 97%- dos brasileiros consideram a corrupção um
fenômeno grave ou muito grave de nossa vida pública. Esses dados mostram
sem equívoco que a população se inquieta com as consequências dos fatos
que com frequência povoam os noticiários e que mostram agentes públicos
sendo acusados de receber dinheiro ou outros benefícios em troca de
favores prestados a terceiros.
A
percepção de que a corrupção faz parte de nosso cotidiano e de que ela
afeta particularmente os agentes do Estado parece indicar que existe em
nosso país consciência dos males decorrentes das práticas corruptas e
um repúdio correspondente das mesmas. Com efeito nossas pesquisas
mostram que os poderes públicos, o Legislativo em primeiro lugar, são
considerados o verdadeiro lar da corrupção. No polo contrário, quanto
mais nos aproximamos da família e dos amigos mais acreditamos que
estamos longe de seus efeitos, mesmo quando confrontados com a lógica
dos pequenos favores, que costumam acompanhar a prática clientelista tão
comum em nossa vida pública.
O
que torna esses dados de percepção da corrupção mais interessantes é
que eles parecem convergir para o mesmo ponto de uma visão bastante
influente entre os teóricos políticos e que foi expressa no conhecido Dicionário de Política
organizado por Norberto Bobbio. Nele aprendemos que a corrupção designa
“o fenômeno pelo qual um funcionário público é levado a agir de modo
diverso dos padrões normativos do sistema, favorecendo interesses
particulares em troca de recompensas”. Em outro lugar do verbete o autor
afirma: “A Corrupção é considerada em termos de legalidade e
ilegalidade e não de moralidade e imoralidade”.
A
primeira parte da definição parece estar em sintonia com a percepção de
que a corrupção diz respeito sobretudo aos agentes públicos. Não há
nada de errado com essa maneira de ver as coisas, mas, no caso
brasileiro, ela serve muitas vezes para mascarar a extensão e os atores
envolvidos nos diversos casos de desvios de conduta que vêm a público.
Com
frequência, o agente público é exposto à execração pública sem que os
que o corromperam sejam sequer inquietados. Tudo se passa como se
houvesse uma assimetria absoluta entre os atores. Os primeiros, os
agentes públicos, encarnam o processo mesmo de corrupção, enquanto os
corruptores são olhados pelas lentes cínicas de muitos analistas
simplesmente como parte de um processo inelutável das sociedades
contemporâneas. Abafado o escândalo, ou punido um culpado, as empresas
ou atores privados são deixados de lado, como se investigá-los expusesse
o Estado a um risco maior do que o representado pela corrupção ela
mesma.
Agentes
financiadores de campanhas políticas, parceiros em investimentos
importantes nos negócios do País, são vistos como atores determinantes
para o sucesso dos governantes que, por isso, preferem muitas vezes
fechar os olhos para o que todos podem ver: a luta feroz por vantagens
competitivas nos negócios com o Estado é a fonte maior para a corrupção
daqueles que detém algum poder para decidir a favor dos que o corrompem.
Quanto
aos agentes públicos, isolados em sua ação e responsabilizados quase
que exclusivamente pelos fatos que envolvem muitos atores, eles tentam
se refugiar no terreno da pura legalidade, para apresentar sua defesa,
procurando assim circunscrever seus atos a uma esfera na qual acreditam
poder se defender de forma eficaz. Não resta dúvida de que a corrupção
deve ser tratada dentro do parâmetro da legalidade e da ilegalidade. Não
podemos simplesmente naturalizar o fenômeno dizendo que é assim em todo
lugar e que não há nada a fazer. O problema com essa abordagem, assim
como ocorre com o esquecimento dos corruptores, não é o que ela mostra,
mas sim o que deixa de lado, ou seja, a dimensão política e moral da
corrupção.
Para
compreender o que queremos dizer, vamos relegar a um segundo plano os
casos mais escandalosos dos agentes do Estado que são surpreendidos
recebendo dinheiro vivo. A cena é chocante, ela pode ser compreendida
dentro da lógica da legalidade e parece-nos natural que os envolvidos
sejam punidos. Eles se conformam à imagem que temos do corrupto e
parecem ter saído de um manual de ciência política. Neles encontramos a
figura do agente público recebendo uma vantagem indevida de forma
explícita. Com eles compreendemos que mais importante do que a sanção
moral é a punição, que deve advir da aplicação da lei. O problema é que
no mundo atual esses procedimentos escandalosos estão longe de ser os
mais relevantes.
Uma
boa parte dos casos de corrupção não está ligado a delitos facilmente
percebidos como tal, mas a complexos mecanismos, que envolvem países e
empresas transnacionais, cujas operações se dão ao mesmo tempo em vários
contextos legais. Assim, é perfeitamente possível que uma parte de uma
operação financeira ocorra num país, que aceita determinadas práticas, e
que em seguida os ganhos decorrentes desses movimentos sejam
incorporados a projetos que conservam todo o ar de legalidade.
Da
mesma maneira, é muito mais fácil provar o recebimento direto de
propina do que provar a venda de informações privilegiadas, cujo uso
pode ocorrer num momento e num contexto muito diferente daquele no qual o
agente público esteve envolvido.
O
exame da legalidade dos atos de um agente político é sem dúvida um
procedimento necessário ao combate à corrupção. Não podemos substituí-lo
simplesmente por julgamentos políticos sem comprometer a democracia.
Mas se quisermos entender o processo de corrupção em nossas sociedades, é
necessário levar em conta que ele diz respeito ao Estado, a seus
agentes, mas também ao conjunto de forças que dentro de uma nação luta
para obter vantagens e privilégios.
Nesse
sentido, a corrupção existe numa rede complexa de relações e de
interações. Deixar de lado um de seus atores no momento de combatê-la
corresponde de fato a conservá-la com uma forma corrente da vida
pública.
No
caso brasileiro, a ação muitas vezes eficaz dos órgãos de controle no
combate à corrupção dos agentes do Estado representa um passo
importante, mas não decisivo de combate à corrupção. Enquanto os grandes
corruptores continuarem a ser sistematicamente esquecidos pelos poderes
públicos e pelos meios de comunicação continuaremos a ser surpreendidos
pelos escândalos cuja repetição não parece nos ensinar coisa alguma.
A
limitação de nossas investigações sobre a natureza das ações dos muitos
atores envolvidos nos casos de corrupção fazem com que deles não
decorra nenhum avanço institucional e nem mesmo um desejo real de dotar a
legislação de mecanismos adequados para combater um fenômeno
extremamente complexo. Enquanto a percepção da corrupção pela população
continuar a ser alimentada por fatos escabrosos e parecer ser confirmada
por análises simplistas do fenômeno, estaremos muito longe de realmente
enfrentá-lo.
*Newton Bignotto é pós doutor em Filosofia pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, Pós doutor em Filosofia pela Universite de Paris VII – Universite Denis Diderot, Doutor em Filosofia pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, Mestre em Filosofia pela UFMG e graduado em Filosofia pela UFMG
Fonte:CartaCapital