Carta aos pais: um combate às drogas – Dr. Lair Ribeiro
As
 drogas estão em todo lugar e podem estar mais perto de você e de sua 
família do que você imagina. E quem pensa que está livre de ser 
surpreendido pelo fantasma das drogas, recomendo muita atenção, pois 
esse tipo de pensamento revela ignorância e alienação quanto ao assunto,
 o que é uma postura extremamente perigosa.
Se você tem filhos adolescentes, saiba 
que eles não são mais crianças, apesar de ainda não terem maturidade 
suficiente para serem tratados como adultos. A adolescência é uma fase 
de transição, repleta de conflitos, medos, inseguranças, desejos e muita
 curiosidade. É nessa fase da vida que muitas coisas importantes 
acontecem: o primeiro beijo, a turma inseparável de amigos, as 
“baladas”, os namoros, a primeira relação sexual, o vestibular, a busca 
pela independência. É um verdadeiro ensaio para a vida adulta.
Muitos casos de dependência química 
começam na adolescência, com uma simples curiosidade. Na ânsia de 
desbravar novos mundos, o jovem pode enveredar por caminhos de 
conhecimento ou de degradação, como o envolvimento com drogas. A solução
 não é abafar a curiosidade, mas canalizá-la para outras coisas que 
tragam alegria e não desgraça para o curioso e toda a sua família. A 
falta de perspectivas de vida também pode levar o jovem a procurar 
envolvimento com drogas. Nesse cenário, atitudes inconsequentes e 
irracionais podem levar muitos adolescentes a situações de perigo real.
A necessidade de pertencer a um grupo 
torna os jovens muito suscetíveis a influência exercida por amigos, 
colegas e, até mesmo, por seus ídolos. A longo prazo, o jovem será como 
aqueles com quem ele convive; portanto, é fundamental saber com quem 
seus filhos estão se socializando. Se algum de seus filhos estiver 
envolvido com drogas, sua principal arma deverá ser sempre o diálogo. 
Nem pense em atitudes radicais, como punições, castigos, surras ou 
expulsá-lo de casa.Se seu filho tornou-se vítima das drogas, ele já deve
 estar muito confuso e passando por diversos problemas. Aterrorizá-lo 
dentro de casa lhe dará mais certeza de que as drogas são a melhor 
saída. Portanto, diálogo, carinho e compreensão. Mas, atenção: 
compreender os problemas de seus filhos não quer dizer ser 
condescendente com o meio que ele encontrou para resolvê-los, que são as
 drogas. Médicos, psicólogos e entidades especializadas podem ser de 
grande ajuda.
E se esse não for o seu caso, cuide para
 que não venha a ser. Há muitas coisas que você pode fazer pelo bem de 
seus filhos e da sua família, como dedicar-lhes mais atenção. Na 
correria do dia-a-dia, a falta de tempo é um problema, mas problema 
maior é o tempo mal aproveitado.
Por isso, cuide mais da qualidade que da
 quantidade de tempo que você passa com seus filhos. Ficar horas vendo 
televisão sem conversar não adianta. Se não há diálogo, como irá se 
estabelecer uma relação de confiança e amizade entre vocês?
Participar da vida de seus filhos e da 
sua família é a principal forma de identificar possíveis problemas e 
buscar soluções. Em famílias que dialogam, ocorre uma verdadeira troca, 
em que todos participam, se comprometem e ensinam uns aos outros. Pais 
têm muito o que ensinar a seus filhos, mas também têm muito o que 
aprender. Se seus filhos sentirem sinceridade nessa postura e não apenas
 uma estratégia, eles confiarão em você, e aceitarão mais facilmente sua
 influência, especialmente no que se refere a mantê-los longe das 
drogas.

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